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A felicidade e as redes sociais

               Lembro-me de quando eu ganhei meu primeiro celular, aos 10 anos, e não tinha display colorido, mas o famoso jogo da cobrinha não podia faltar. Para mim, estava ótimo; era somente para ligações e mensagens de texto.
              Anos depois, quando vários amigos meus já se orgulhavam de ter smartphones com Wi-Fi, eu estava feliz em ter um celular que tinha TV digital, era o meu passatempo. Eu tinha Orkut, mas não era viciada e as fotos eram contadas, somente 12 poderiam ser postadas e ainda nem existia esse lance de curtidas; então, comentários e depoimentos era o que mais rolava; além daqueles que curtiam as comunidades de lá.
             Passou-se mais um tempo, eu adquiri meu primeiro smartphone com Wi-Fi e tinha Facebook. Ah! Fiz meu Twitter, utilizei alguns anos, mas não curti muito. E, aos poucos, o Orkut foi sendo esquecido e o Facebook brilhou. Eu tinha só umas 5 curtidas ou até menos nas minhas fotos e nem ligava; o lance pra mim ainda era ter comentários, até porque eu tive vários fotologs e lá uma pessoa comentava no da outra e ficava feliz com sua coleção de comentários.
                Porém, a tecnologia continuou a avançar junto com a globalização, pouco tempo depois, o pensamento passou a ser esse: "O que são comentários em vista de curtidas?" Entrou o Instagram na área, troquei de smartphone e, enfim, tinha um iPhone. Eu evitei modinhas, quis mais para o celular não pegar vírus e parecia que a chance de travar também era menor. Baixei o app do Instagram e entrei nesse mundo, também tinha meu WhatsApp e acho esse app fera até hoje, porque supriu a falta do MSN, pena que não tem a opção de “chamar a atenção”. Já mexi no Telegram quando deu um “apagão” no WhatsApp para todos uma época, mas logo o abandonei. Tive meu tempo de vício no SnapChat, mas logo depois o Insta atualizou e apresentou os “Stories”, WhatsApp também com os "Status" e a graça do Snap para mim foi indo embora.
              Hoje em dia, mexo no WhatsApp, Instagram e Facebook, sendo este último o que menos utilizo. Meus dedos nervosos vivem clicando no app do Insta, ocupada ou não, vício terrível; tento não mexer, porém, acabo indo lá, mas o melhor que acho é o WhatsApp.
Confesso que o duro pra mim é entrar nas redes sociais e ver, na maioria dos casos, só o lado bom da vida das pessoas, uma felicidade somente expositiva; que, quando convivemos na realidade, vemos que não é exatamente assim. Tem vezes que estou sensível, como agora, e tento pensar que todos merecem seus momentos bons e tudo bem; mas fico triste quando me deparo com a minha “nada mole vida” e fico aqui, muitas vezes calada, vendo tudo se repetir dia a dia e continuar indo lá olhar e ficar triste, não com inveja, mas meu coração se abala por saber que muitas coisas ali não são reais e atormentam o psicológico. Além do mais, fico sabendo de loucuras que pessoas cometem com a própria vida por conta do peso que a falsa felicidade das redes sociais traz.
              Nossa vida é muito mais que uma rede social e sentir a necessidade de “postar” nossas vidas “perfeitas”, sendo que muitas vezes estão quebradas em vários pedaços e poucos se importam realmente em ajudar, é “tenso” demais. Antes das curtidas, sempre fui apaixonada por fotos e vídeos, antes de ter que me envergonhar por poucas visualizações. Eu curtia minhas fotos reveladas de um filme e fitas VHS que mostravam a minha infância tão pura. Saudade de quando a vida real tinha mais valor do que a virtual, do que o dinheiro e tudo mais.
              Felicidade tem a ver com momentos, mas tem momentos que não estamos bem e temos que absorver a ideia que tudo bem nem sempre estarmos sorrindo e saltitantes; somos humanos, sentimos tristeza e raiva e passamos por pequenas e grandes turbulências que nos ensinam muito. A felicidade não é obrigatória como muitos acham. Então, basta respirar, ter fé e, ainda que o céu esteja nublado, conseguir ver em tudo isso uma lição de vida e motivação para ainda “continuar a nadar”.

Texto por: Amanda Moro. 

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