Certo dia, ao mexer em um dos livros antigos de sua mãe, um papel dobrado três vezes caiu próximo aos pés de Simone. Logo, fitou os olhos, sentou-se no chão e começou a ler:
Saudade.
Eu não quero viver somente do que sinto falta, do que se passou e foi tremendamente bom. Era. Foi. Ontem. Antigamente. E agora?
Vem como um filtro e leva toda a impureza, remova as teias, floresça o deserto onde sofrem as solas dos meus pés...
Anseio por algo novo de novo, no que talvez nem seja novo mais para mim, porém, é importante, é essencial!
Logo, me entristeço ao imaginar o que me era tão flutuante simplesmente partir, nem me despedi... Nem quero me despedir! Fica, fica. Ajude-me a lutar, Senhor, a não deixar de mim se distanciar o que me faz ser melhor, o que é e faz parte de algo maior do Teu coração para o meu respirar neste Planeta.
Não numa prisão denominada minha, lotada de egoísmo, de vazio, como um vácuo que impede a oxigenação daquela canção... Um dia ameno, com variadas colorações daquilo que reverbera em tudo o que meu andar captar é o meu querer, com Tua paz pulsando tão forte comigo, com Tua naturalidade sempre nutrindo a minha raiz.
Preocupo-me, pois tenho medo de perder, por não saber o que fazer com tudo o que o Senhor me presenteou.
Por isso, peço-te auxílio, para que a Tua Graça impulsione a minha trajetória onde a saudade signifique um contínuo reflexo de um presente cada vez mais radiante do que o anterior ao último segundo que passado já se tornou.
Em meio a soluços e lágrimas, Simone disse a si mesma: "Obrigada, mamãe!"
Texto por Amanda Moro
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