Bombardeado. Triste está o meu coração. Fecho os olhos. O que vejo? Uma multidão diante de uma porta fechada pedindo para entrar. Não posso falar o que minha boca quer. A verdade é que não quero encarar a verdade. É mais fácil. Afirmá-la é se mostrar fraco. Será? Não. Claro que não. Isso é o que o mundo diz. Por isso está perecendo. Por falta de conhecimento, está se atrofiando, definhando. Caminha. Seja atleta. Está difícil de sair da cama. De sair da alma. Da prisão da alma. Almeje algo. Muitas vozes. Complicado de ouvir. Perdi meus óculos. Algo quer quebrar minhas pernas. Mas não minha alma. Não vai. Algo em mim diz que não. Não, porque não é não. O não maior é mesmo um negativo. Bem grandão. Inteiro. Riso e olhar de uma criança. Captei. Copo d’água. Puro. Pureza. Sem açúcar. O que mais vejo? O desejo de dançar. Caneta, papel, refém. Quem? Eu ou você? Nós? Pode ser. Correntes que só Ele quebra, fogo que corta, algo que molda. Queima. Calma. Transforma. Som do bater enlouquecido naquela porta. Olhar triste. O que fazer? Nada. Como assim? Tem. Nada que eu queira. Mas o que tenho que fazer. Orar, mas não vai melhorar só porque eu vou orar. Se for da vontade dEle, aí vai. Vou torcer. Vamos torcer aqui, sim. Não tenho o dom de convencer, mas posso tentar... Ops! Não! Não tentar convencer. Mas deixar Seu som entoar no meu andar. Vejo algo lá. Lá dentro, uma pedra branca, grande, sobre um carrinho de mão e fogo. Alguém empurrando? Não sei. Alguém abre a porta. Ninguém consegue passar. Uma criança lá no fundo. Lá atrás. Triste. Cabisbaixa. Contrito coração. É o que vejo. É o que vi.
Amanda Moro
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