Jenny prepara-se para começar sua rotina entoando seu clássico...
- Bom dia, travesseiro, cobertor, meias fofinhas... Bom dia, janela, passarinhos que me despertaram em suas poéticas onomatopeias. Bom dia, céu, nuvens, sol que mal posso contemplar em meio aos seus radiantes raios. Oh! Bom dia, Deus, Bíblia, mamãe, papai, maninha na barriguinha da mamãe, celular, pessoas do 'zap zap'... Bom dia, leitor, textos e ideias que ainda estão por vir. Bom dia, bom dia, BOOOOM DIA! Esqueci de algo ou alguém? Espero que não... São tantos para dar 'Bom dia', que posso mesmo me perder. "E eu?" (ela mesma noutra voz). Ah, claro, como poderia esquecer-me de você, Florinda... Bom dia, minha girafinha querida! BOOOM DIA, ALEGRIA! UFA! Depois de tantos 'Bom dia', espero mesmo tê-lo.
Passo a passo, aproxima-se do termo "Estou pronta!", sempre atenta, mas desastrada, precaveu-se arrumando suas coisas no dia anterior, porém...
- Onde estão? Preciso deles! Cobertor, você viu? Passarinhos? Travesseiro? Oh, Deus! Onde estão eles? Não dá para caminhar sem... Muitas se preocupam com batons, rímel, saia da moda, celular da marca do ano e eu só quero eles! São tão importantes... Como flutuarei sem?
O despertador toca pela quarta vez alertando que é a última chance dela chegar no horário, logo, triste, passa pela porta e vai. Pouco depois, no ônibus, rumo a Universidade Dinamite, ela desabafa em seu velho amigo:
- E agora, Dyh? Como farei? Eu não consigo assim...
Uma voz em seu interior age como a "resposta de Dyh" e Jenny continua:
- Não sei. Nunca fiz isso. Será?
A voz insiste e ela:
- Tá bom!
Jenny com lágrimas querendo brincar de escorregador em sua face, chegando ao seu ponto para descer, ela disfarça, coloca seus óculos escuros do ritmo de 1900 e bolinha, dá seu clássico pulo e sai.
- Classe, quero que redijam agora um texto livre, como vocês quiserem, sobre o que viram logo pela manhã nos restantes 30 minutos desta aula, antes de vir para cá e o melhor terá que lê-lo diante de toda a nossa universidade no grande dia. Não temam, se vocês nasceram para isso, terão que conseguir.
Ela procura seu velho amigo e escreve:
- Ah, não! Como assim? EU NÃO POSSO!!!!!!!!!
Dyh persiste e ela:
- E... Eeee... EUU! Ah! EU... EU VOU! Não. Er... Vou! AH! Peraí! Nossa! DYH! Obrigada!!!!
Jenny se achega ao seu professor e:
- Professor, posso dar uma saidinha rápida?
- Para quê? Você tem menos de 30 minutos para...
- Professor, não vou conseguir se eu não for...
- Vai, mas se não entregar a tempo...
- Tudo bem! Muito obrigada!
Ela corre, saltitantemente feliz embora triste e alcança o portão que dá entrada ao parque ao lado da universidade. Começa a fazer várias perguntas, canta, dança, pula, grita, passarinhos voam e se aproximam dela.
- Pés transcrevam. Mãos maestrem. Vamos. Vamos! Algo tem que vir. Não posso viver dependendo de algo que, um dia, pode estar mesmo ausente. Fecho os olhos, brisa venha. Sinto Sua paz. Oh!
Jenny, então, com uma flor anexa aos seus cachos, corre, corre...
Ao chegar na sala, o professor olha sério e aponta ao relógio que alerta 5 minutos restantes.
Senta, respira fundo e escreve, escreve, escreve... O sino toca!!!!
- Fim da aula, classe! Quem não me entregar agora, ficará com zero na próxima prova!!!
Lágrimas não escondem mais seu segredo, dá um leve sorriso, entrega sua folha redigida ao professor e sai da sala. Mas logo, ele a chama e a questiona:
- O que foi isso?
- O que, professor?
- Como?!
- O que, professor?
- O que você fez lá fora? Como? Tem que me explicar...
- Professor, embora as lágrimas não se importem com meus segredos, quero te agradecer, pois algo precisou acontecer para que em mim novas flores pudessem nascer. Espero que goste do que escrevi. Até amanhã.
Saiu correndo. Isso mesmo. Acreditem se puder. Seus ouvidos mal captaram o "Até!" do professor.
Quase que num pulo em seu cérebro, já estava em casa. Seus pensamentos a teletransportaram, o tempo nem fez cócegas.
- MUITO OBRIGADA!!!!!!!!!!
No dia seguinte, o professor em voz mais alta do que de costume, recita:
- "Meus pulsos. Pulo. Salto. Cortes? Correm. Chega. Calma. Alma. Floresça." Quem for o autor ou a autora deste trecho terá que vir comigo agora diante do coordenador deste curso! Vamos! Tenha coragem!
Dyh gritava em si "Vai Jenny, vai!" Mas ela, extremamente assustada, já não se lembrava mais do que havia escrito. Estava em choque. Olhos saltavam da direita para a esquerda. A turma toda estava impactada. Pernas trêmulas. Escondeu-se a voz. Abaixou a cabeça. O professor contou 7 passos. Parou. Ela começou. Aos poucos. O rosto foi levantando. Seu vermelho irradiava por toda a sala. Lágrimas cantaram. O professor estendeu a mão. Jenny levantou dedo por dedo. Câmera lenta. A calma já estava se despedindo. Segurou. Apoiou. Levantou. Simplesmente foi.
- Flagro-me pensando. A revisar alguns pontos que já se passaram. Tropeços e conquistas. Aquelas vitórias momentâneas. Aqueles tristes e tortuosos acontecimentos. Meus pulsos. Pulo. Salto. Cortes? Correm. Chega. Calma. Alma. Floresça. E agora... Uma pausa. Leve sorriso. Olhar em brilho. Delicada pétala. Rosada e gotejada de orvalho. Cicatrizes. Arranhões. Beleza. Detalhe por detalhe. História. Memória. Derrota. Vitória. Tradicional "Oh, Glória!" Não ao vago. Mas ao que vaga. Mergulha em parágrafos reflexivos batendo dentro dos arquivos espalhados das gavetas mal organizadas. Não podem permanecer assim. Mas. É que... Processo! Tudo é um processo que tem que ser processado pouco a pouco, a curto ou a longo prazo. Depende do caso. Necessária é a parada. Os ponteiros nem ligam. Mas a parada é precisa. Não deixa de ser. Troca a bateria. Muda algumas engrenagens. Os parafusos dançam rumo aos seus lugares. Tudo volta a funcionar. Tic, Tac. Oi. Cheguei! Turvo está. Melhorar logo vai. Mesmo que venha a imprevisível tempestade. Fé. Porém, preparo. Ele está aqui. E agora... Uma pausa. Leve sorriso. Olhar em brilho. Delicada pétala. Rosada e gotejada de orvalho. Perseverança a partir. Tudo é importante. Ele dorme. Tudo é necessário. Balança o barco. Tudo tem seu tempo. Vamos naufragar! Se fará formoso no certo tic tac. Socorro! Ele acordou. Já era. Ele deu o comando. Não vejo nada. Vento e mar cessaram. Pequena fé. Se grão de mostarda ou uma floresta inteira, não sei. Mas há fé. É Ele quem gera aqui. Gerou. Plantou. Regou. Brotou. Está na hora. É agora! A alegria floresceu! Caos. Flor. Flores. Florido em floreios. E agora? Sementes.
Amanda Moro
- Bom dia, travesseiro, cobertor, meias fofinhas... Bom dia, janela, passarinhos que me despertaram em suas poéticas onomatopeias. Bom dia, céu, nuvens, sol que mal posso contemplar em meio aos seus radiantes raios. Oh! Bom dia, Deus, Bíblia, mamãe, papai, maninha na barriguinha da mamãe, celular, pessoas do 'zap zap'... Bom dia, leitor, textos e ideias que ainda estão por vir. Bom dia, bom dia, BOOOOM DIA! Esqueci de algo ou alguém? Espero que não... São tantos para dar 'Bom dia', que posso mesmo me perder. "E eu?" (ela mesma noutra voz). Ah, claro, como poderia esquecer-me de você, Florinda... Bom dia, minha girafinha querida! BOOOM DIA, ALEGRIA! UFA! Depois de tantos 'Bom dia', espero mesmo tê-lo.
Passo a passo, aproxima-se do termo "Estou pronta!", sempre atenta, mas desastrada, precaveu-se arrumando suas coisas no dia anterior, porém...
- Onde estão? Preciso deles! Cobertor, você viu? Passarinhos? Travesseiro? Oh, Deus! Onde estão eles? Não dá para caminhar sem... Muitas se preocupam com batons, rímel, saia da moda, celular da marca do ano e eu só quero eles! São tão importantes... Como flutuarei sem?
O despertador toca pela quarta vez alertando que é a última chance dela chegar no horário, logo, triste, passa pela porta e vai. Pouco depois, no ônibus, rumo a Universidade Dinamite, ela desabafa em seu velho amigo:
- E agora, Dyh? Como farei? Eu não consigo assim...
Uma voz em seu interior age como a "resposta de Dyh" e Jenny continua:
- Não sei. Nunca fiz isso. Será?
A voz insiste e ela:
- Tá bom!
Jenny com lágrimas querendo brincar de escorregador em sua face, chegando ao seu ponto para descer, ela disfarça, coloca seus óculos escuros do ritmo de 1900 e bolinha, dá seu clássico pulo e sai.
- Classe, quero que redijam agora um texto livre, como vocês quiserem, sobre o que viram logo pela manhã nos restantes 30 minutos desta aula, antes de vir para cá e o melhor terá que lê-lo diante de toda a nossa universidade no grande dia. Não temam, se vocês nasceram para isso, terão que conseguir.
Ela procura seu velho amigo e escreve:
- Ah, não! Como assim? EU NÃO POSSO!!!!!!!!!
Dyh persiste e ela:
- E... Eeee... EUU! Ah! EU... EU VOU! Não. Er... Vou! AH! Peraí! Nossa! DYH! Obrigada!!!!
Jenny se achega ao seu professor e:
- Professor, posso dar uma saidinha rápida?
- Para quê? Você tem menos de 30 minutos para...
- Professor, não vou conseguir se eu não for...
- Vai, mas se não entregar a tempo...
- Tudo bem! Muito obrigada!
Ela corre, saltitantemente feliz embora triste e alcança o portão que dá entrada ao parque ao lado da universidade. Começa a fazer várias perguntas, canta, dança, pula, grita, passarinhos voam e se aproximam dela.
- Pés transcrevam. Mãos maestrem. Vamos. Vamos! Algo tem que vir. Não posso viver dependendo de algo que, um dia, pode estar mesmo ausente. Fecho os olhos, brisa venha. Sinto Sua paz. Oh!
Jenny, então, com uma flor anexa aos seus cachos, corre, corre...
Ao chegar na sala, o professor olha sério e aponta ao relógio que alerta 5 minutos restantes.
Senta, respira fundo e escreve, escreve, escreve... O sino toca!!!!
- Fim da aula, classe! Quem não me entregar agora, ficará com zero na próxima prova!!!
Lágrimas não escondem mais seu segredo, dá um leve sorriso, entrega sua folha redigida ao professor e sai da sala. Mas logo, ele a chama e a questiona:
- O que foi isso?
- O que, professor?
- Como?!
- O que, professor?
- O que você fez lá fora? Como? Tem que me explicar...
- Professor, embora as lágrimas não se importem com meus segredos, quero te agradecer, pois algo precisou acontecer para que em mim novas flores pudessem nascer. Espero que goste do que escrevi. Até amanhã.
Saiu correndo. Isso mesmo. Acreditem se puder. Seus ouvidos mal captaram o "Até!" do professor.
Quase que num pulo em seu cérebro, já estava em casa. Seus pensamentos a teletransportaram, o tempo nem fez cócegas.
- MUITO OBRIGADA!!!!!!!!!!
No dia seguinte, o professor em voz mais alta do que de costume, recita:
- "Meus pulsos. Pulo. Salto. Cortes? Correm. Chega. Calma. Alma. Floresça." Quem for o autor ou a autora deste trecho terá que vir comigo agora diante do coordenador deste curso! Vamos! Tenha coragem!
Dyh gritava em si "Vai Jenny, vai!" Mas ela, extremamente assustada, já não se lembrava mais do que havia escrito. Estava em choque. Olhos saltavam da direita para a esquerda. A turma toda estava impactada. Pernas trêmulas. Escondeu-se a voz. Abaixou a cabeça. O professor contou 7 passos. Parou. Ela começou. Aos poucos. O rosto foi levantando. Seu vermelho irradiava por toda a sala. Lágrimas cantaram. O professor estendeu a mão. Jenny levantou dedo por dedo. Câmera lenta. A calma já estava se despedindo. Segurou. Apoiou. Levantou. Simplesmente foi.
- Flagro-me pensando. A revisar alguns pontos que já se passaram. Tropeços e conquistas. Aquelas vitórias momentâneas. Aqueles tristes e tortuosos acontecimentos. Meus pulsos. Pulo. Salto. Cortes? Correm. Chega. Calma. Alma. Floresça. E agora... Uma pausa. Leve sorriso. Olhar em brilho. Delicada pétala. Rosada e gotejada de orvalho. Cicatrizes. Arranhões. Beleza. Detalhe por detalhe. História. Memória. Derrota. Vitória. Tradicional "Oh, Glória!" Não ao vago. Mas ao que vaga. Mergulha em parágrafos reflexivos batendo dentro dos arquivos espalhados das gavetas mal organizadas. Não podem permanecer assim. Mas. É que... Processo! Tudo é um processo que tem que ser processado pouco a pouco, a curto ou a longo prazo. Depende do caso. Necessária é a parada. Os ponteiros nem ligam. Mas a parada é precisa. Não deixa de ser. Troca a bateria. Muda algumas engrenagens. Os parafusos dançam rumo aos seus lugares. Tudo volta a funcionar. Tic, Tac. Oi. Cheguei! Turvo está. Melhorar logo vai. Mesmo que venha a imprevisível tempestade. Fé. Porém, preparo. Ele está aqui. E agora... Uma pausa. Leve sorriso. Olhar em brilho. Delicada pétala. Rosada e gotejada de orvalho. Perseverança a partir. Tudo é importante. Ele dorme. Tudo é necessário. Balança o barco. Tudo tem seu tempo. Vamos naufragar! Se fará formoso no certo tic tac. Socorro! Ele acordou. Já era. Ele deu o comando. Não vejo nada. Vento e mar cessaram. Pequena fé. Se grão de mostarda ou uma floresta inteira, não sei. Mas há fé. É Ele quem gera aqui. Gerou. Plantou. Regou. Brotou. Está na hora. É agora! A alegria floresceu! Caos. Flor. Flores. Florido em floreios. E agora? Sementes.
Amanda Moro
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